O novo rei do Pop é uma rainha!
Segundo o site The Root: Beyoncé é a única sucessora plausível da luva brilhante de Michael Jackson. As duas semanas seguidas da morte de Michael Jackson têm sido repletas de tributos e testemunhos ao homem e sua música.
Ainda, a maré de nostalgia e revisionismo, que afetou fortemente o planeta inteiro, oculta uma verdade dolorosa: a idéia de super estrela, ícone mundial pode ter morrido com Michael. Por fim, muitas homenagens têm se focado menos na fenomenal música de Jackson, do que em sua extraordinária fama, seu status como dominador de um reino chamado “Pop”. Ele ganhou essa coroa com a fusão de talento precoce e impressionantes comportamentos bizarros – o arrepiante “moonwalk” de 1983, no “Auditório Apollo”; e o chocante “baby-dangle” de 2005, em Berlin, contribuíram igualmente para a idéia de Michael como um espetáculo.
A onipresença de Jackson durante os anos 70, 80 e 90 – dos enclausuramentos às cenas de “bar mitzvah” – extendeu sua abrangência cultural, posteriormente alcançando a moda, cinema e as crianças, como eu mesmo, que ainda não era nascido quando “Thriller” foi lançado. Para nossa geração, a morte do “Man In The Mirror” só expõe o estado lamentável da música contemporânea e nos deixa uma pergunta: quem é o próximo?
“Eu tenho uma palavra: Beyoncé”, diz Dayo Olopade o autor do site.
Costumavam ser duas palavras, mas tamanhas são as alturas que a artista de 27 anos, vinda de Houston, tem escalado em sua carreira, já expandida em duas décadas. Diga o que você acha sobre seu tributo, com pouca roupa, ao Michael no BET – ela é a única performer atual a se aproximar da mistura de talento e influência cultural. O fato de que ela já é uma das mais famosas pessoas no planeta só contribui para ser passada a tocha a ela. A sinergia entre Michael Jackson e Beyoncé Knowles não é apenas uma questão de biografias – mas também um bom ponto de partida.
Introduzida no showbiz, ainda criança, Knowles ingressou na indústria do entretenimento de maneira séria, aos 9 anos, como líder do grupo de garotas “Destiny’s Child”. Nós sabemos a história: tão cedo que Michael estava atraindo executivos da Motown e produtores de televisão, de meio-século, ela estava cantando como vocalista principal (no grupo) e aproveitando uma “mãe-empresária/produtora” e um “pai-empresário/produtor” nas formas do incentivador Mathew e Tina Knowles. Enquanto o tratamento dado a ela era consideravelmente menos cruel do que o abusivo e explorador relacionamento que Jackson mantinha com seu pai Joe, Knowles iniciou sua adolescênica em meio ao mesmo sistema de trabalho cansativo muito visto em um jovem Jackson. Em uma entrevista dos tempos de início do Destiny’s Child, as colegas de banda a descreveram como “a séria do grupo” e “a supervisora de tudo aquilo”. Mas como a decisão controvertida de Jackson, em 1977, de sair da banda dos irmãos, apresentados com “Os Jacksons”, Knowles deu às pessoas o que elas queriam e adentrou os anos 2000 como artista solo.
Seu esforço inicial, “Dangerous In Love”, passou por certo risco: no verão antes do CD ser lançado, até sua equipe não estava certa se ela obteria êxito sozinha. O álbum tinha sido programado para sair no outono de 2003, a fim de dar ao público uma chance de absorver o som diferente do primeiro single “Crazy In Love”, lançado em Fevereiro. Isso não foi necessário. O refrão contagiante e instrumentos metálicos de sopro, de uma canção do grupo Chi-Lites de 1970, “Are You My Woman? (Tell Me So)”, produziram um som completamente inesperado no mainstream pop e R&B. O público foi ao delírio com a msitura do funk da era Jackson e dança contemporânea pop. A parte de seu então namorado, Jay-Z, foi um benefício para algo que já era bom. Sua gravadora rapidamente adiantou a data de lançamento do álbum.
Às vezes, suas escolhas artísticas são inexplicáveis – ninguém pediu a Srta. Knowles para dançar em uma taça de champagne do tamanho de um humano, brincar com uma bola de lã ou rodopiar na areia, trajando o que pode ser descrito como uma saia de bailarina, feita de mato. E ninguém insistiu a ela para usar guidões de motocicletas como bustiê. Mas o estilo de Jackson era igualmente perigoso – e como Michael, ela não parece se importar com o consenso.
A cantora tem sido vista, exibindo uma luva customizada de metal, e na série de vídeos que está acompanhando seu terceiro álbum solo “I Am… Sasha Fierce, Beyoncé fez com chapéus, luvas e maiôs o que Michael fez com ombreiras de metal. “Diva” é cheio de ângulos e atitude, e em seu novo video de vanguarda “Sweet Dreams”, ela usa uma biquini metálico dourado, com um estilo de corte de cabelo de Annie Lenox. Mas o que faz de Beyoncé a mais plausível sucessora da monarquia do pop é a magnitude de sua fama. O legado de Michael Jackson é especial precisamente porque ele era famoso por ser velho e jovem, pobre e rico, branco e preto – em seis continentes habitados. O alcance musical de Beyoncé está perto de ser tão grande (fraternidades de rapazes podem gostar, mas não compram).
Entretanto, como Jackson, seu impacto cutural se extende além da música, para o campo da moda, cinema e estética. Sasha Frere-Jones, de Nova York, escreveu que Beyoncé está criando um novo tipo de música esmagadora, um pop triunfal que se move pela magnitude, assim como o estilo. E isso ocorreu antes dela ficar mais semanas em 1º lugar que qualquer outra cantora nessa década, esgotar os ingressos para sua turnê nacional, nesse verão, ou arrecadar 28,5 milhões com o filme investigativo “Obsessed”, em seu final se semana de estréia.
Quer outra prova? Ela tem fãs em lugares de nível. Jackson pagou quatro visitas para a Casa Branca ao longo dos anos. No entanto, as filhas do presidente, Malia e Sasha Obama, imploraram para estar em um show de Beyoncé em Washington. E no concerto nacionalmente televisionado que precedeu a posse de Obama como presidente, Knowles foi a manchete – batendo outros grandes nomes como Garth Brooks, Mary J. Blige e Bom Jovi. Até o presidente foi pego balançando sua mão para frente e para trás, em uma imitação de “Single Ladies”. E, é claro, Knowles cantou “At Last” para o novo presidente e sua esposa no baile da cerimônia de posse, naquela noite.
Seu alcance de voz e percepção podem não ser tão grandes quanto seu desejo de entreter, mas ter a determinação para desempenhar o que for é o que Knowles e Jackson têm em comum. Ainda que quase morto e dominado pelas drogas e medicamentos, o instinto de Jackson era retornar aos palcos nesse verão, para reconquistar o amor que tinha sido perdido ou esquecido nos anos em que esteve envolvido pelos demônios criados pela fama. Ele não poderia superar. Mas como uma das pessoas mais batalhadoras do show business, Beyoncé pode e deve estar sob os holofotes.
“Longa vida a Rainha”!
Gente, ele só se esqueceu de um detalhe: a verdadeira e única Rainha Madonna. A personalidade mais conhecida do mundo, mais que Jesus Cristo, segundo censo da ONU, é ela em primeiro lugar. Além de todos os outros feitos por ela que a levaram ao trono que não vem ao caso agora.
Mas e vocês, concordam que Beyoncé merece a coroa de Rainha do Pop?
Gilvan Oliveira
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